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Memória Libertária

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Memória Libertária

15
Jan23

Intervenção do Grupo Acção Directa no Comício da Voz do Operário (15/1/1977)


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A propósito dos 46 anos do Comício Anarquista na Voz do Operário, convocado pela FARP/FAI, disponibilizamos aqui a intervenção do Grupo Acção Directa nessa sessão pública, traçando um quadro daquele que era o panorama político e social do país naquela altura. A intervenção foi posteriormente publicada como suplemento ao nº 8 da revista.

 

06
Jan23

Revista "Flauta de Luz" assinala este ano o 10º aniversário


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A revista Flauta de Luz, editada em Portalegre por Júlio Henriques, começou a publicar-se em Janeiro de 2013, completando, por isso, este ano o seu décimo aniversário. Enquanto se aguarda pelo nº 10, reproduzimos o Prólogo da 1ª edição em que Júlio Henriques destaca aquelas que serão as marcas essenciais da revista ao longo dos anos: a luta contra a complexização duma sociedade em que cada vez se acentua mais o fosso entre os que têm tudo e os que não têm nada, procurando encontrar as formas de resistência que fizeram que várias sociedades ditas «primitivas» tivessem podido existir até aos nossos dias, assentes em modelos bem diferentes das sociedades ditas «modernas».

"PRÓLOGO

Pode parecer estranho pensar que a complexidade das sociedades resulta, não da simples evolução do Progresso, mas, mais propriamente, de uma guerra social. Esta guerra, que vem de longe e que nos nossos dias continua a içar-se a mais sofisticados patamares, ficou bem documentada no movimento luddita contra a mecanização do trabalho, nos primórdios da revolução industrial em Inglaterra: o exército mobilizado contra os trabalhadores em revolta chegou a ter mais soldados do que os destacados pela monarquia britânica para combater as tropas napoleónicas na Península Ibérica.

A complexificação da «soeidade moderna» tem sido a resposta das classes dominantes às tentativas populares para pôr em causa o seu domínio e criar qualquer coisa de decente. Deste modo, quanto mais «complexa» é a organização política e económica, mais opaca se revela a tirania de facto que incrementa tais coisas, medrando a olhos vistos os seus meândricos poderes e prosperando o carácter mafioso de que se revestem os negócios. 

Nesta opacidade expande-se o reino dos organizadores da humanidade-massa, dos agentes secretos da economia, , dos peritos das necessidades policiais e militares, dos especialistas da gestão de homens-números, multiplicando-se ao mesmo tempo os muros das hierarquizações implacáveis - imprescindíveis ao prosseguimento deste sistema.

Enquanto isso, a propaganda estatal e económica, hoje requintadamente crismada "comunicação", encarrega-se desde há muito de de fomentar uma ideia sedutora: esta complexidade é sinónimo de enormes progressos, correspondentes à evolução humana para os píncaros da Técnica: já há turistas que querem ir à Lua e os serviços de marketing das viagens espaciais têm certamente na manga outros paraísos - outros produtos. E o profundo desejo deo novo homem se entranhar na Máquina cria uma mística adrenalínica impulsionadora de imparáveis descobertas - e de lucros a perder de vista.

Este discurso, variado na sua diarreica repetição, nos seus agentes e suportes, conquistou entre a população adeptos suficientes para lubrificar em permanência os motores mentais do Desenvolvimento, não podendo a Complexidade  deixar de ser vista como um grande Símbolo do que existe de superior.

Ora as sociedades superiores são estas onde podem viver lado a lado, na mais intensa legalidade, pessoas com tudo e pessoas sem nada, ricos que enriqyuecem e pobres que empobrecem, sem que isso perturbe os avançados princípios em que se estriba a «comunidade nacional». Ao invés, para a antropologia do capital, as sociedades inferiores são as «primitivas», porque nestas é ilegítimo o fosso das diferenciações sociais.

É entre estas, arcaicos como somos num mundo telecomandado à distância por poderes altamente predadores, que cremos ser imperativo apreender noções extintas na cultura do capital, alicerçada em várias corrupções estruturantes, onde a economia - pretenso altar da concretude - é uma ideologia disfarçada de ciência e a democracia (pralamentar) o rosto publicitário da tirania contemporânea. A pluralidade que o «mundo moderno alardeia é fogo de vista. O modo de vida capitalista, totalidade expansionista, não admite que coexistam com ele modos de vida em que não se reveja.

Isto é notório perante os povos vernaculares, para quem a vida não se reduz a uma mercadoria e o mundo não é uma coisa, chegando a revelar-se desesperada a sua resistência ao rolo compressor do Progresso & Desenvolvimento, como quando perefrem suicidar-se a render-se à «modernização». Pelo simples facto de permanecerem, estes povos, de raízes milenares, realizaram a mais extraordinária das façanhas históricas: chegar ao nosso tempo.

O presente bolettim tem como antepassados as revistas Subversão Internacional (Lisboa, 1977-1981) e Pravda - Revista de Malasartes (Coimbra, 1982-1992), bem como diversas incursões nas revistas Utopia, Coice de Mula e Cadernos Periféricos. Os primeiros números desta publicação coigem textos de vária procedência que tendem para um diálogo subversor dos fundamentos do presente sistema imperial.

Júlio Henriques"

Relacionado: 

https://revistaalambique.wordpress.com/2013/03/09/flauta-de-luz/

https://www.jornalmapa.pt/2014/06/08/flauta-de-luz/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2015/12/28/nota-de-leitura-flauta-de-luz-no-3/

04
Nov22

Cronologia Libertária: revista "Subversão Internacional" - do Situacionismo ao Anarquismo


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SUBVERSÃO INTERNACIONAL. 1977: nº 1 (+ supl.); 1978: nº 2 a 3; 1979: nº 4 a 6

Em Novembro de 1977 começou a publicar-se a revista "Subversão Internacional", com um discurso situacionista, mas a que estavam ligados companheiros com afinidade libertária e que teve um eco significativo nas gerações mais novas de militantes libertários. Do grupo desta revista, que tinha a sua redacção e administração em Coimbra, fazia parte José Maria Carvalho Ferreira (que evoluiu dum pensamento marxista para o anarquismo, com passagens pelo conselhismo e pelo situacionismo, e que mais tarde estaria ligado à Utopia e também à "A Batalha", assumindo nestes dois projetos jornalísticos, entre outros, a função de director).

A revista publicou-se até ao nº 6, datado de dezembro de 1979. 

Ficha técnica do nº 6:  Publicação trimestral. Dezembro de 1979. Preço: 30 escudos. / Director: J.M. Carvalho Ferreira.  Redacção e Administração: Chãs de Semide, Coimbra * Tiragem:1 5 0 0 exemplares Composição e Impressão: Gráfica 2000, Rua Sacadura Cabral, 89-a, Cruz Quebrada.

Nº 1 (Outono, 1977)

SI – Introdução e Notas; O Fim da Tranquilidade: Delinquência e Progresso; Roubo de Bancos: um eterno problema?; Mulher: objecto de Cama e  Mesa; Aspectos do novo movimento operário em Espanha; Sobre o conteúdo do movimento social pós-franquismo; A reforma agrária em Portugal: um balanço; Notas e Informações de e sobre a Rote Armee Fraktion, dita ‘Grupo Baader-Meinhof’

Suplemento ao nº 1: Brochura:  A “Rote Armee Fraktion e a Alemanha Federal.

Nº 2 (1978)

Na Hora da Nossa Morte; Critica da IS; Da Comunidade Primitiva ao Primitivismo do Engate/1; Depois de Marx, Abril: a Itália; O movimento capitalista em Portugal; Discussão sobre a RAF e o Terrorismo; No Metropolitano; Portugal através de uma lupa; Grâ-Bretanha: o Movimento Grevista, 1977; Correspondência: Espanha; O Brasil está pegando fogo

Nº 3 (Outono de 1978)

Da falência da extrema esquerda ou de como é necessário ser inconformista para se ser revolucionário; Do terrorismo em Itália: as Brigate Rosse e o seu tempo; Da Comunidade Primitiva ao Primitivismo do Engate/2; O sexo da revolução; Correspondência; Alice Corinde: Fragmentos da Matança do Porto; Socialismo alentejano; Prisão com um depoimento; Delinquência Revolta; Anarquismo na região portuguesa; Para uma biblioteca da revolução social; Fernando Pessoa: Textos de inconformismo (Análise da vida mental portuguesa); Notas  Apontamentos; Resenha de Gazetas

Nº4 (Fevereiro de 1979) - pdf

Abolir o Trabalho; Sindicalíssimo (Sindicatos & Sindicalismo em Portugal); Da Política; ‘Angola é Nova’; Fernando Pessoa: Textos Inéditos em Portugal; Trabalho, Vida & Morte made in Brasil; A Modernidade Polaca: - Crónica; Natal: a Festa da Morte (Lenta) de Cristo; Mercado Comum da Repressão; Notas

Nº 5 - (1979)

Refutação do Terceiro Mundo, Crítica da Consciência Subdesenvolvida; O Pesadelo Nuclear: Todos Vivemos na Pensilvânia; Poesia Popular Contemporânea, Classe Trabalhadora das Letras, Ana le Fabbet; Formação Sindical; A impossível Revolução portuguesa; Crítica de SI e do Marginalismo, Phil Mailer; Introdução ao Cimitério Sonoro, Alice Corinde; A guerrilha Social em França; O Planeta das Greves; Depoimento de um Prisioneiro; Correspondência; Resenha de Gazetas; Especial: Guia Turístico de Marrocos

Nº 6 - (Dezembro de 1979)

Circo Eleitoral; A China Moderna; Das Comunidades Beat aos Hippies; Os Esquerdistas morrem em Portugal; Abaixo o Proletariado; A Última Pena de Morte em Portugal; A Revolta da Miséria, Miséria da Revolta: Irão; Crítica de SI; Quem inventou o trabalho?; Depoimentos sobre o Trabalho e as Prisões; A Sociedade Contra o Estado.

alguns textos da revista (2) foram publicados aqui 

25
Out22

Algumas capas da revista "Acção Directa" entre 1975 e 1979


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A revista Acção Directa foi uma das publicações anarquistas mais relevantes em Portugal a seguir ao 25 de Abril de 1974. Paralelamente com "A Batalha", a "Voz Anarquista" e "A Ideia" constituiu, nesses primeiro anos após a revolta militar, um dos pólos aglutinadores dos anarquistas, sobretudo dos mais jovens e daqueles que, embora tendo militado noutras áreas políticas, se foram aproximando do anarquismo. Pugnava por um anarquismo militante e pelo comunismo libertário, embora o individualismo e a propaganda pelo acto perpassassem também muito pelas suas páginas, tal como o anti-militarismo e a denúncia da "mentira democrática".

Inicialmente constituiu-se como boletim da Associação de Grupos Autónomos Anarquistas, assumindo a partir do 2º número a denominação de “Acção Directa”. No entanto, logo  a partir do 3º número, de Janeiro de 1976 autonomiza-se, identificando-se apenas como revista anarquista e pelo comunismo libertário.

Nos nºs 7 de Novembro/Dezembro de 1976 e 8 deJaneiro/Fevereiro de 1977 exibe, na contra-capa, a indicação: "Revista editada pelo Grupo Anarquista “Acção Directa” federado na FARP-FAI", referência que já não ostenta no nº9.

Durante a sua primeira série teve como director (e proprietário) António Mota e a sua sede no Largo dos Bombeiros Voluntários, 121-1º drt, em Cacilhas, onde funcionava e funciona, o Centro de Cultura Libertária. A revista, com pelo menos duas séries, foi publicada até depois do ano 2000.

Seria útil que a colecção no seu todo fosse estudada e eventualmente digitalizada dada a relevância de muitos dos textos que nela foram publicados, a maioria originais de elementos da redacção ou traduções de textos importantes que ainda não tinham tido uma versão em português.

Na Biblioteca Nacional existem algumas edições da "Acção Directa", tal como na Hemeroteca de Lisboa: 

Exemplares disponíveis na Biblioteca Nacional

(1ª serie) Nº 1 - 17 (Jul. 1975-Jul./Ag. 1998 ?)

(2ª serie) nº 1-2 (Jun.-Ag. 1999)

Nº 3 (Nov. 1999) –Nº 7 (Jun. 2000)

Nº 8 (Esp. Verão)

Nº 9 (Out. 2000) – Nº 15 (Out. 2001)

Nº 16 (Dez. 2001)

Nº 17 (Jan. 2002)

Nº 18 (Abr. 2002) –  Nº 19 (Jun. 2002)

Nº 20 (Ag. 2002) –  Nº 22 (Dez. 2002)

Nº 23 (Fev. 2003) –  Nº 24 (Mar. 2003)

Nº 25 (Jun. 2003)

Nº 26 (Jul. 2003)

Nº 27 (Out. 2003)

Nº 28 (Dez. 2003) - Nº 39 (Jul. 2006)

Exemplares disponíveis na Hemeroteca de Lisboa

Nº 1 (Jul de 1975)

N.º 2 (Out. 1975)-n.º 6 (Ag./Set. 1976)

N.º 8 (Jan./Fev. 1977)-s. 2, n.º 39 (Jul. 2006)

https://porbase.bnportugal.gov.pt/ipac20/ipac.jsp?session=166W7B3M28754.91872&profile=porbase&uri=link=3100027~!7197074~!3100024~!3100022&aspect=basic_search&menu=search&ri=4&source=~!bnp&term=Ac%C3%A7%C3%A3o+directa+%3A+revista+anarquista&index=ALTITLE

http://catalogolx.cm-lisboa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1R6670267K9N2.139934&profile=rbml&source=~!rbml&view=subscriptionsummary&uri=full=3100024~!19588~!2&ri=4&aspect=subtab11&menu=search&ipp=20&spp=20&staffonly=&term=Ac%C3%A7%C3%A3o+Directa&index=.GW&uindex=&aspect=subtab11&menu=search&ri=4

http://catalogolx.cm-lisboa.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1R6670267K9N2.139934&profile=rbml&source=~!rbml&view=subscriptionsummary&uri=full=3100024~!9744~!1&ri=4&aspect=subtab11&menu=search&ipp=20&spp=20&staffonly=&term=Ac%C3%A7%C3%A3o+Directa&index=.GW&uindex=&aspect=subtab11&menu=search&ri=4