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Memória Libertária

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Memória Libertária

04
Nov22

Cronologia Libertária: revista "Subversão Internacional" - do Situacionismo ao Anarquismo


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SUBVERSÃO INTERNACIONAL. 1977: nº 1 (+ supl.); 1978: nº 2 a 3; 1979: nº 4 a 6

Em Novembro de 1977 começou a publicar-se a revista "Subversão Internacional", com um discurso situacionista, mas a que estavam ligados companheiros com afinidade libertária e que teve um eco significativo nas gerações mais novas de militantes libertários. Do grupo desta revista, que tinha a sua redacção e administração em Coimbra, fazia parte José Maria Carvalho Ferreira (que evoluiu dum pensamento marxista para o anarquismo, com passagens pelo conselhismo e pelo situacionismo, e que mais tarde estaria ligado à Utopia e também à "A Batalha", assumindo nestes dois projetos jornalísticos, entre outros, a função de director).

A revista publicou-se até ao nº 6, datado de dezembro de 1979. 

Ficha técnica do nº 6:  Publicação trimestral. Dezembro de 1979. Preço: 30 escudos. / Director: J.M. Carvalho Ferreira.  Redacção e Administração: Chãs de Semide, Coimbra * Tiragem:1 5 0 0 exemplares Composição e Impressão: Gráfica 2000, Rua Sacadura Cabral, 89-a, Cruz Quebrada.

Nº 1 (Outono, 1977)

SI – Introdução e Notas; O Fim da Tranquilidade: Delinquência e Progresso; Roubo de Bancos: um eterno problema?; Mulher: objecto de Cama e  Mesa; Aspectos do novo movimento operário em Espanha; Sobre o conteúdo do movimento social pós-franquismo; A reforma agrária em Portugal: um balanço; Notas e Informações de e sobre a Rote Armee Fraktion, dita ‘Grupo Baader-Meinhof’

Suplemento ao nº 1: Brochura:  A “Rote Armee Fraktion e a Alemanha Federal.

Nº 2 (1978)

Na Hora da Nossa Morte; Critica da IS; Da Comunidade Primitiva ao Primitivismo do Engate/1; Depois de Marx, Abril: a Itália; O movimento capitalista em Portugal; Discussão sobre a RAF e o Terrorismo; No Metropolitano; Portugal através de uma lupa; Grâ-Bretanha: o Movimento Grevista, 1977; Correspondência: Espanha; O Brasil está pegando fogo

Nº 3 (Outono de 1978)

Da falência da extrema esquerda ou de como é necessário ser inconformista para se ser revolucionário; Do terrorismo em Itália: as Brigate Rosse e o seu tempo; Da Comunidade Primitiva ao Primitivismo do Engate/2; O sexo da revolução; Correspondência; Alice Corinde: Fragmentos da Matança do Porto; Socialismo alentejano; Prisão com um depoimento; Delinquência Revolta; Anarquismo na região portuguesa; Para uma biblioteca da revolução social; Fernando Pessoa: Textos de inconformismo (Análise da vida mental portuguesa); Notas  Apontamentos; Resenha de Gazetas

Nº4 (Fevereiro de 1979) - pdf

Abolir o Trabalho; Sindicalíssimo (Sindicatos & Sindicalismo em Portugal); Da Política; ‘Angola é Nova’; Fernando Pessoa: Textos Inéditos em Portugal; Trabalho, Vida & Morte made in Brasil; A Modernidade Polaca: - Crónica; Natal: a Festa da Morte (Lenta) de Cristo; Mercado Comum da Repressão; Notas

Nº 5 - (1979)

Refutação do Terceiro Mundo, Crítica da Consciência Subdesenvolvida; O Pesadelo Nuclear: Todos Vivemos na Pensilvânia; Poesia Popular Contemporânea, Classe Trabalhadora das Letras, Ana le Fabbet; Formação Sindical; A impossível Revolução portuguesa; Crítica de SI e do Marginalismo, Phil Mailer; Introdução ao Cimitério Sonoro, Alice Corinde; A guerrilha Social em França; O Planeta das Greves; Depoimento de um Prisioneiro; Correspondência; Resenha de Gazetas; Especial: Guia Turístico de Marrocos

Nº 6 - (Dezembro de 1979)

Circo Eleitoral; A China Moderna; Das Comunidades Beat aos Hippies; Os Esquerdistas morrem em Portugal; Abaixo o Proletariado; A Última Pena de Morte em Portugal; A Revolta da Miséria, Miséria da Revolta: Irão; Crítica de SI; Quem inventou o trabalho?; Depoimentos sobre o Trabalho e as Prisões; A Sociedade Contra o Estado.

alguns textos da revista (2) foram publicados aqui 

01
Nov22

Cronologia Libertária: novembro um mês importante para a imprensa libertária e operária de Évora


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Elias Matias (1888-1990) foi um  relevante miltante anarquista em Évora na primeira metade do século XX. Foi membro do Grupo Anarquista Propaganda Livre, que editou o “Avante!” em Évora (1908-1912) e correspondente de “O Sindicalista” e  de “A Aurora” (1911-1912), sob o pseudónimo de “Marti”. Foi ainda membro do Grupo Revolucionário “Luz e Acção” (Santiago do Escoural, 1923) , filiado na União Anarquista Portuguesa. Ele e o Grupo Anarquista Propaganda Livre tiveram um papel importante no Comité de greve e de apoio aos rurais alentejanos aquando das grandes greves do início de 1912. (Foto http://mosca-servidor.xdi.uevora.pt/projecto/index.php )
 
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Em novembro sugiram três orgãos de imprensa relacionados com o espaço libertário e sindicalista revolucionário em Évora.
 
1) Logo em novembro de 1919 sugiu a "Aurora Social", órgão e porta-voz da União dos Sindicatos Operários de Évora. Publicou-se durante vários números (pelo menos até Maio de 1920, com um número extraordinário para o 1º de Maio de 1922) , tinha a sua morada na sede da USO, na Praça Joaquim António de Aguiar, e nas suas páginas durante a sua curta existência dão-se noticias de diversas actividades das associações de classe desta cidade alentejana e textos que reflectem as questões que se colocavam aos sectores mais progressistas do movimento operário, dede o associativismo operário ou a recente revolução russa, até à criação da Escola Francisco Ferrer ou de um grupo dramático da USO com actuações no teatro Garcia de Resende. 

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2) Muito mais tarde, em novembro de 1976 aparece o jornal "Apoio Mútuo" que se publicou entre novembro de 1976 e inícios de 1977. Era um jornal combativo que juntava companheiros de Évora e outros que ali estavam deslocados por questões laborais.
 

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3) 36 anos depois, em Novembro 2012, surge o "Boletim Acção Directa", editado pelo Colectivo Libertário de Évora que se publica até junho do ano seguinte. 

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4) No entanto, nos primórdios da imprensa anarquista em Évora está o jornal "Avante!", que surge  em fevereiro de 1909, orgão e propriedade da Biblioteca do Grupo de Propaganda Livre. Jornal Anarquista. Com duas séries, num total de 8 números, que se publica até depois da implantação da Republica, em 1911. O Grupo de Propaganda Livre, de que fazia parte Elias Matias, teve uma grande relevância aquando da grande greve dos rurais alentejanos, em 1911-1912.
O Avante!, orgão e propriedade da Biblioteca do Grupo de Propaganda Livre. Jornal assumidamente anarquista. Série I e II, 8 números. 1909-1911. O primeiro número foi publicado em Fevereiro de1909, tendo como administrador Sertório Augusto Fragoso e Redactor Francisco Direitinho. A Redacção e Administração situavam-se na Rua de Santa Clara, 11, Évora. Era composto e impresso na Minerva Comercial, Rua do Paço, 73 Évora. 
O Grupo de “Propaganda Livre”, iniciou-se  em Évora em 1908 e ainda existia em 1912, pelo menos, tendo aderido em 1911 à Federação Anarquista da Região Sul. Dedica-se à propaganda, à edição do jornal “Avante”, à organização da biblioteca e de conferências.  Teve uma grande influência nas greves dos rurais alentejanos de 1911/1912 . Pertenceram a este Grupo os seguintes militantes: Elias Matias, Sertório Fragoso, Francisco Direitinho, Possidóno Mesquita, Manuel Pratas, Celestino Vale, Jerónimo Santos, António Nicolau, J. Marques Leitão. Alguns autores defendem que José Sebastião Cebola, que se destacou na organização dos trabalhadores rurais e na propaganda anarquista na região de Évora também pertencia a este grupo.

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5) O  Trabalhador Rural, órgão da Federação Nacional dos Trabalhadores Rurais, que tinha sede em Évora. O primeiro número saiu a  8 de dezembro de 1912, tendo sido publicados 16 números entre 1912 e 1914. O Director era Diogo Bernardes. Editor: José António Aragão. Administrador:  António  Marcelino. Publicação mensal. Redacção e Administração: Rua da Freiria de Cima, 21- Évora. Composto e Impresso na Tipografia Eborense, Rua Miguel Bombarda, 1 a 5. Deste jornal saiu ainda um número único a 2 de Junho de 1918.  A Federação Nacional dos Trabalhadores Rurais (vulgo Federação Rural) foi criada em 1912 e extinta em 1933, apesar de  a partir de 1927 ter funcionado numa situação de semi-clandestinidade, utilizando a designação de “Comissão Nacional de Estudos e Defesa Rural” de 1929 em diante. Na actividade organizativa dos trabalhadores rurais alentejanos destacaram-se os seguintes anarco-sindicalistas  José Joaquim Candieira, Vital José, José Cebola e Quirino José (todos chegaram a desempenhar as funções de Secretário-Geral da Federação). Sindicalistas revolucionários: Diogo Bernardes, Joaquim Fornalha, José António Aragão e Jesuíno Madeira. 
 

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6) Mais tarde, em 1921, surge em Évora um novo jornal , também com o nome de "Avante!...", "percursor da sociedade egualitária", propriedade do Grupo Editor “Avante!…”. Iniciou e terminou  a sua publicação em 1921, tendo sido publicados três números.  Tinha como editor Armando Pratas, administrador Joaquim Nogueira, redactor principal Manuel Ramos e secretário de redacção Fernando Silva Junior. Era impresso na Minerva Comercial, na Rua da República, 75, em Évora. A redacção e administração eram na Praça Joaquim António d’Aguiar, 14 (sede da União de Sindicatos Operários de Évora). Era um jornal assumidamente anarquista, embora se notem já os ecos da revolução russa, defendida inicialmente por muitos anarquistas que consideravam que o ideal dos bolcheviques era semelhante ao seu e que os sovietes eram a base de organização da nova sociedade, sem Estado nem um partido político dirigente. A pouco e pouco esta adesão aos ideais da revolução russa vai-se desvanecendo e a maior parte dos libertários adopta uma posição crítica acerca da forma como o poder do partido comunista russo se exerce sobre a sociedade e de que é exemplo o Avante nº 2, de Agosto de 1921, em que é publicado um manifesto dos anarquistas russos intitulado: “ Pela Liberdade contra a Ditadura: um apelo dos anarquistas russos ao proletariado de todos os países”.
 

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Avante 1 (Évora, 1 Agosto 1921)

Avante 2 (Évora, 14 de Agosto 1921)

Avante 3 (Évora, 28 de Agosto 1921)

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Segundo o historiador Vitor Sá, que se baseia em informações, por exemplo, de Edgar Rodrigues e Carlos da Fonseca, desde 1865 terão existido em Évora os seguintes jornais de cariz operário e mutualista: “O Clamor dos Artistas, 1865; A Ideia, 1877; O Correio Eléctrico, 1883; O Operário, 1889; A Aurora Farmacêutica, 1896; Mérito, 1900 (número único dos tipógrafos); A Alvorada, 1903; Avante!, 1909; A Voz do Caixeiro, 1909; O Trabalhador Rural, 1912; O Primeiro de Maio, 1914 (número único); Aurora Social, 1919; O Despertar, 1921”.

Ver também: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/11/22/memoria-libertaria-imprensa-anarquista-e-anarcosindicalista-de-evora-19091921/

 

19
Out21

REVISTA "APOIO MÚTUO", nº2, DA AIT-SP


Imagempara descarregar: AQUI

19 de Janeiro (sábado)
no Centro de Cultura Libertária em Cacilhas/Almada17h30
Apresentação da Revista Apoio Mútuo
Segundo número desta publicação da Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores.

20h
Jantar vegetariano – Celebração do 90º Aniversário da Associação Internacional dos Trabalhadores

Nº 1 da Revista “Apoio Mútuo”

Centro de Cultura Libertária
Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto. – Cacilhas – Almada
http://culturalibertaria.blogspot.pt/

Associação Internacional dos Trabalhadores – Secção Portuguesa
Apartado 50029 / 1701-001 Lisboa / Portugal
http://ait-sp.blogspot.pt/

aqui: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2013/01/16/no-2-da-revista-apoio-mutuo-aitsp-e-apresentada-no-centro-de-cultura-libertaria-cacilhasalmada/