MINA DE SÃO DOMINGOS: MISÉRIA E LUTA DE GERAÇÕES
MINA DE SÃO DOMINGOS – 189? – A LA MINUTE (FOTÓGRAFO DE RUA) [FONTE: ANTÓNIO PACHECO] (AQUI)
Albino Forjaz Sampaio foi um jornalista e escritor republicano do início do século XX. Colaborou no jornal A LUTA, com Fialho de Almeida e Brito Camacho, a quem dedicou o livro “Crónicas Imorais”, editado em 1909 e que num dos capítulos aborda a situação dos mineiros de São Domingos, a propósito de uma greve dos 3 mil trabalhadores da empresa, propriedade de uma companhia inglesa, que transformara todo o couto mineiro numa verdadeira prisão, com polícia própria. São páginas que demonstram a miséria e a exploração que os trabalhadores mineiros viviam em São Domingos e que levaria a que esta mina do Baixo Alentejo fosse, já na República, um dos bastiões da organização sindical, com um forte sindicato dos mineiros integrando a CGT anarcosindicalista.
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Valentim Adolfo João (30 de Março de 1902-29 de Janeiro de 1970)
A última grande greve em São Domingos registou-se em 1932, tendo havido uma violenta repressão subsequente em que os elementos mais destacados foram perseguidos, presos e despedidos da mina. A partir daí a presença anarquista e anarcosindicalista em São Domingos começou a decrescer. O último dirigente sindical anarquista – foi presidente do Sindicato dos Mineiros – Valentim Adolfo João era natural da Mina de São Domingos e esteve preso até quase ao final da década de 60, acusado de ter fornecido explosivos para o atentado a Salazar.
“AO PROLETARIADO: A CONFEDERAÇÃO GERAL DO TRABALHO E A GREVE NAS MINAS DE S. DOMINGOS”
(Apelo à solidariedade feito pela CGT, em 1932, quando a greve dos mineiros de São Domingos já durava há um mês)