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Memória Libertária

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Memória Libertária

03
Abr23

O sapateiro bejense Artur Modesto: um autodidata sempre presente na luta contra o fascismo


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Artur Modesto em casa de Acácio Tomás Aquino, c. 1980

Artur Modesto, foi um militante anarcossindicalista do Baixo-Alentejo, sapateiro de profissão. Nasceu em Beja  a 27 de maio de 1897 e morreu em Lisboa a 3 de abril de 1985.

Cunhado de Acácio Tomás de Aquino, um dos principais organizadores do 18 de janeiro de 1934, residiu em Lisboa, na Ajuda, a partir dos anos 30, colaborando com as organizações libertárias clandestinas, nomeadamente no âmbito da Federação de Solidariedade para com os Presos e Perseguidos por Questões Sociais. Depois de 1974 colaborou em várias tarefas para a edição do jornal “ A Batalha” e integrou o grupo anarquista Fanal, da zona de Belém-Ajuda.

Inicialmente esteve filiado  no Sindicato dos Sapateiros de Beja, pertencendo a várias direções e comissões do sindicato. Foi um dos fundadores das Juventudes Sindicalistas de Beja, do seu órgão na imprensa (o jornal O Rebelde) e da União dos Sindicatos Operários de Beja.

Em 1928 veio para Lisboa, integrando o Sindicato Único da Indústria de Calçado, Couro e Peles até 1933, ano da sua destruição pela ditadura fascista.

Durante o fascismo exerceu funções clandestinas na FARP, Aliança Libertária de Lisboa e na CGT.

Conseguiu não ser preso após a sublevação do 18 de janeiro de 1934, contando no seu currículo de militante apenas uma prisão, em Novembro de 1918, ainda em Beja, aquando da greve geral decretada pela União Operária Nacional.

Apesar de ter apenas a 2º classe, Artur Modesto tinha uma grande cultura, mercê da leitura e do convívio com militantes com um nível superior de estudos e uma sensibilidade e gentileza marcantes.

Toda a vida escreveu poesia e no final da vida, após Abril de 1974, viu dois dos seus livros serem editados pela Editora Sementeira. "Páginas do meu Caderno", em 1978 e "Alfarrábio Poético", em 1984.

Manteve também até final da vida uma ligação constante ao jornal A Batalha, onde, até poder, foi uma presença assídua. Manteve também colaboração com a revista “A Ideia”.

Relacionado: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2013/03/21/dia-mundial-da-poesia-dois-poemas-do-anarquista-alentejano-artur-modesto/

25
Jan23

(MEMÓRIA LIBERTÁRIA) COMÍCIOS ANARQUISTAS EM BEJA NO PÓS-25 DE ABRIL DE 1974


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O Alentejo sempre foi um terreno fértil para o anarquismo e para o anarco-sindicalismo enquanto instrumentos de luta para uma sociedade sem explorados nem exploradores. Na 1ª República o movimento libertário e anarco-sindicalista  teve uma forte presença em toda a região, sobretudo no seio dos trabalhadores agrícolas, dos artesãos (sapateiros, por exemplo), dos mineiros de São Domingos e de Aljustrel, dos corticeiros e dos pescadores da costa alentejana. Violentamente reprimido durante o fascismo, o movimento anarquista e anarco-sindicalista resistiu até onde pôde, vendo os seus melhores filhos, mortos, deportados ou presos.  Após o 25 de Abril de 1974 houve várias tentativas para recuperar essa tradição no Alentejo, tendo-se constituído grupos em Beja, Évora, Portalegre e noutras localidades. Em Beja, realizou-se no dia 25 de Janeiro de 1975 um comício que praticamente encheu o Ginásio do Liceu de Beja, em que estiveram presentes militantes e simpatizantes de todo o Alentejo. Este comício foi promovido pelos Grupos Anarquistas Autónomos. Alguns anos mais tarde, a 28 de Abril de 1979 realizou-se também em Beja uma outra sessão de esclarecimento promovida pelo jornal “A Batalha”, desta vez realizada na Sociedade Capricho Bejense. Ficam aqui, como registo, os cartazes e os panfletos distribuídos nessa altura na cidade de Beja.

aqui: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2014/08/08/memoria-libertaria-comicios-anarquistas-em-beja-no-pos-25-de-abril-de-1974/