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Memória Libertária

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Documentos e Memórias da História do Movimento Libertário, Anarquista e Anarcosindicalista em Portugal

Memória Libertária

07
Abr23

Há dez anos o jornal MAPA foi apresentado na Conferência Libertária Sadina


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Há 10 anos realizou-se em Setúbal a “Conferência Libertária Sadina”, que decorreu nos dias 6 e 7 de abril, no Ateneu Setubalense e que reuniu cerca de 30 militantes libertários de todo o país. Nesta conferência foi também apresentado o projeto do jornal MAPA de que sairam, entretanto,  os nº 0 e 1.

Presente na conferência, o Portal Anarquista reportou como decorreram os trabalhos no e no 2º dia

Depois desta conferência teve lugar, três anos depois, a realização em Évora, por iniciativa do projeto MOSCA, da revista A Ideia e do Portal Anarquista, nos dias 28 e 29 de Maio de 2016, do Encontro Libertário de Évora, que reuniu mais de 60 militantes que discutiram, em vários painéis, temas estruturantes do anarquismo. E do qual foi elaborado um conjunto de conclusões.

Antes já se tinham realizado vários encontros libertários em Lisboa, no Porto, Coimbra e Setúbal, entre as quais a Conferência Libertária de Lisboa nos dias 9 e 10 de abril de 1983.

No entanto, nos últimos anos (e há já tantos anos!) - apesar de ultimamente diversos companheiros e espaços libertários (entre os quais o Portal Anarquista) tenham tentado levar para a frente a realização de um encontro nacional - , ainda não se encontrou a oportunidade para o fazer. E que necessário seria!

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05
Fev23

Há 10 anos realizou-se em Coimbra o II Encontro Nacional de Assembleias Populares


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Há 10 anos, nos dias 2 e 3 de fevereiro de 2013, realizou-se em Coimbra o II Encontro de Assembleias Populares reunindo diversos membros de colectivos de Coimbra, Lisboa, Évora, Santarém, Galiza, Madrid e Barcelona.

Este encontro aconteceu num momento em que o movimento de ocupação das praças e acampadas estava já em queda, mas em que ainda persistia um forte espírito de solidariedade e de necessidade de sair para as ruas e, de forma presencial, marcar a ocupação de espaços, muito na lógica do Occupy Wall Street, nos Estados Unidos.

Na altura o Portal Anarquista noticiava que "está reunido este fim de semana em Coimbra o II Encontro de Assembleias Populares. Presentes elementos que têm integrado as Assembleias Populares de Coimbra, da Graça (Lisboa), Santarém, Indignados de Lisboa, duas pessoas que têm estado ligadas às acções de rua em Évora, vários elementos do 15M espanhol, da Galiza, Madrid e Barcelona e vários militantes que não estão organizados em qualquer colectivo. (...) No debate deste sábado à tarde foram discutidas questões importantes como o balanço de cada uma destas Assembleias Populares, as iniciativas em carteira, a desmobilização que tem vindo a acontecer, a necessidade de manter o movimento autónomo dos partidos políticos e das grandes estruturas sindicais, o imperioso que é construir uma rede a nível nacional e ibérico. Foram levantadas questões – e isso é, só por si, muito importante! Como importante tem sido por todos a reafirmação de valores e instrumentos de acção como a democracia directa, a autogestão, a acção directa, a desobediência civil e a entreajuda. A recusa da política partidária e a autonomia face à actuação do Estado.(...)".

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Também no número seguinte do boletim Acção Directa (nº 4, Fev. 2013), podia-se ler: 

"O Colectivo Libertário de Évora esteve presente no II Encontro de Assembleias Populares realizado em Coimbra nos dias 2 e 3 de Fevereiro. Foi um encontro importante em que diversos elementos de colectivos de base de todo o país estiveram reunidos numa troca muito positiva de experiências.

Participaram nesta iniciativa companheiros dos Indignados de Lisboa, Assembleia Popular da Graça, Assembleia Popular de Coimbra, Assembleia Popular de Évora, Assembleia Popular de Santarém , a plataforma antimilitarista PAGAN, vários colectivos espanhóis , entre os quais a Asamblea Aberta de Compostela, a Comisión Internacional de Barcelona, a Comisión de Comunicación de Madrid e o colectivo People Witness, além de outros elementos a título individual que integram grupos horizontais e assembleários.

O Encontro começou no sábado, dia 2, com uma breve ronda de apresentação das pessoas e dos colectivos presentes. Cada um expôs o trabalho já realizado, assim como os projectos em marcha. Para além disso, analisaram-se os problemas e os obstáculos existentes. A seguir formaram-se grupos de trabalho para aprofundar o debate em torno de três eixos principais: alternativas e soluções para os problemas identificados (tanto quanto a acções como a metodologia de funcionamento), construção de ferramentas de comunicação interna e externa e articulação com outros colectivos e movimentos sociais. À noite abordou-se a temática em torno das ocupações, através da projecção dos documentários sobre as experiências de São Lázaro 94, em Lisboa, e da Es.Col.A da Fontinha, no Porto.

No domingo, dia 3, expuseram-se as ideias surgidas nos grupos de trabalho. A tarde foi dedicada à realização de uma oficina sobre a criação de ferramentas web de comunicação, com uma aplicação prática no contexto do Encontro ao desenvolver estruturas para a existência de uma comunicação fluída entre os/as participantes.

A Assembleia Popular de Coimbra exerceu uma vez mais o seu papel de anfitriã, organizando uma cozinha comunitária e facilitando o alojamento através de uma rede de “Repúblicas” da cidade. Houve também tempo para a abertura de outros debates e para o estabelecimento de relações
informais, cumprindo o objectivo transversal do Encontro: a criação de redes interassembleárias para uma maior coordenação.
R. (com C. da Assembleia Popular da Graça)"

 

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O I Encontro tinha-se realizado um ano antes, em Janeiro de 2012, também em Coimbra.
 
"No dia 14 de Janeiro de 2012, activistas integrados ou não em várias assembleias populares e colectivos reuniram-se num Encontro Nacional de Assembleias Populares, em Coimbra, para partilhar experiências, debater ideias e formas de intervenção na sociedade.
Deste encontro saiu a vontade de reforçar a comunicação e cooperação entre os vários grupos.
Foi consensual entre as pessoas presentes a participação numa mobilização internacional a 12 de Maio. Esta proposta vai ser levada à discussão nas várias assembleias populares e colectivos, bem como em todos os grupos que se queiram juntar.
Como conclusão, apelou-se:

– à formação de novas Assembleias Populares,
– à auto-organização da população e
– à realização de novos encontros." (aqui)

Também aqui: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2013/01/30/2o-encontro-de-assembleias-populares-realiza-se-este-fim-de-semana-em-coimbra/

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06
Jan23

Revista "Flauta de Luz" assinala este ano o 10º aniversário


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A revista Flauta de Luz, editada em Portalegre por Júlio Henriques, começou a publicar-se em Janeiro de 2013, completando, por isso, este ano o seu décimo aniversário. Enquanto se aguarda pelo nº 10, reproduzimos o Prólogo da 1ª edição em que Júlio Henriques destaca aquelas que serão as marcas essenciais da revista ao longo dos anos: a luta contra a complexização duma sociedade em que cada vez se acentua mais o fosso entre os que têm tudo e os que não têm nada, procurando encontrar as formas de resistência que fizeram que várias sociedades ditas «primitivas» tivessem podido existir até aos nossos dias, assentes em modelos bem diferentes das sociedades ditas «modernas».

"PRÓLOGO

Pode parecer estranho pensar que a complexidade das sociedades resulta, não da simples evolução do Progresso, mas, mais propriamente, de uma guerra social. Esta guerra, que vem de longe e que nos nossos dias continua a içar-se a mais sofisticados patamares, ficou bem documentada no movimento luddita contra a mecanização do trabalho, nos primórdios da revolução industrial em Inglaterra: o exército mobilizado contra os trabalhadores em revolta chegou a ter mais soldados do que os destacados pela monarquia britânica para combater as tropas napoleónicas na Península Ibérica.

A complexificação da «soeidade moderna» tem sido a resposta das classes dominantes às tentativas populares para pôr em causa o seu domínio e criar qualquer coisa de decente. Deste modo, quanto mais «complexa» é a organização política e económica, mais opaca se revela a tirania de facto que incrementa tais coisas, medrando a olhos vistos os seus meândricos poderes e prosperando o carácter mafioso de que se revestem os negócios. 

Nesta opacidade expande-se o reino dos organizadores da humanidade-massa, dos agentes secretos da economia, , dos peritos das necessidades policiais e militares, dos especialistas da gestão de homens-números, multiplicando-se ao mesmo tempo os muros das hierarquizações implacáveis - imprescindíveis ao prosseguimento deste sistema.

Enquanto isso, a propaganda estatal e económica, hoje requintadamente crismada "comunicação", encarrega-se desde há muito de de fomentar uma ideia sedutora: esta complexidade é sinónimo de enormes progressos, correspondentes à evolução humana para os píncaros da Técnica: já há turistas que querem ir à Lua e os serviços de marketing das viagens espaciais têm certamente na manga outros paraísos - outros produtos. E o profundo desejo deo novo homem se entranhar na Máquina cria uma mística adrenalínica impulsionadora de imparáveis descobertas - e de lucros a perder de vista.

Este discurso, variado na sua diarreica repetição, nos seus agentes e suportes, conquistou entre a população adeptos suficientes para lubrificar em permanência os motores mentais do Desenvolvimento, não podendo a Complexidade  deixar de ser vista como um grande Símbolo do que existe de superior.

Ora as sociedades superiores são estas onde podem viver lado a lado, na mais intensa legalidade, pessoas com tudo e pessoas sem nada, ricos que enriqyuecem e pobres que empobrecem, sem que isso perturbe os avançados princípios em que se estriba a «comunidade nacional». Ao invés, para a antropologia do capital, as sociedades inferiores são as «primitivas», porque nestas é ilegítimo o fosso das diferenciações sociais.

É entre estas, arcaicos como somos num mundo telecomandado à distância por poderes altamente predadores, que cremos ser imperativo apreender noções extintas na cultura do capital, alicerçada em várias corrupções estruturantes, onde a economia - pretenso altar da concretude - é uma ideologia disfarçada de ciência e a democracia (pralamentar) o rosto publicitário da tirania contemporânea. A pluralidade que o «mundo moderno alardeia é fogo de vista. O modo de vida capitalista, totalidade expansionista, não admite que coexistam com ele modos de vida em que não se reveja.

Isto é notório perante os povos vernaculares, para quem a vida não se reduz a uma mercadoria e o mundo não é uma coisa, chegando a revelar-se desesperada a sua resistência ao rolo compressor do Progresso & Desenvolvimento, como quando perefrem suicidar-se a render-se à «modernização». Pelo simples facto de permanecerem, estes povos, de raízes milenares, realizaram a mais extraordinária das façanhas históricas: chegar ao nosso tempo.

O presente bolettim tem como antepassados as revistas Subversão Internacional (Lisboa, 1977-1981) e Pravda - Revista de Malasartes (Coimbra, 1982-1992), bem como diversas incursões nas revistas Utopia, Coice de Mula e Cadernos Periféricos. Os primeiros números desta publicação coigem textos de vária procedência que tendem para um diálogo subversor dos fundamentos do presente sistema imperial.

Júlio Henriques"

Relacionado: 

https://revistaalambique.wordpress.com/2013/03/09/flauta-de-luz/

https://www.jornalmapa.pt/2014/06/08/flauta-de-luz/

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2015/12/28/nota-de-leitura-flauta-de-luz-no-3/

08
Dez22

Memória de dois espaços ocupados na área da grande Lisboa: 26 da Rua do Passadiço e Laranjinha


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(foto actual do nº 26 da Rua do Passadiço, Lisboa)

Há 18 anos, precisamente no dia 8 de dezembro de 2004, era ocupado o número 26 da Rua do Passadiço, em Lisboa, por um grupo de pessoas que pretendiam dinamizá-lo com um conjunto de actividades. No local onde hoje se encontra um edifício voltado para o turismo e para  a gentrificação do centro da cidade acalentaram-se sonhos de uma Lisboa e de uma vida diferentes.

O prédio foi desocupado no dia 14 de Abril do ano seguinte, através de uma intervenção policial musculada, e o relato (e balanço) destes meses de ocupação foi feito por um dos intervenientes, que assina como Vladimir, num artigo publicado na revista anarquista Utopia #19.

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No histórico de ocupações de espaços em Portugal, destaca-se também o nascimento, em dezembro de 2013, do espaço Laranjinha num antigo jardim de infância abandonado junto à estação de comboios  de Massamá-Barcarena. Durante perto de 2 anos a Laranjinha desenvolveu diversas actividades, promovendo conversas, debates, filmes, etc. Foi despejada pela polícia a 21 de outubro de 2015.

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06
Nov22

António Ferreira, ex-preso social, libertário


 

No dia 6 de novembro de 2013 morrria, em Setúbal, António Ferreira, ex- preso, libertário, natural de Portimão, que motivou uma forte campanha de solidariedade por parte de vários colectivos que exigiam a sua libertação. Durante 30 anos, António Ferreira foi protagonista de todas as lutas de contestação promovidas por reclusos e “visitou” as prisões mais duras de Portugal.
Na altura da sua morte, escreveu António Pedro Dores, responsável pelo Observatório das Prisões:
"António Ferreira de Jesus descansará em paz
António Ferreira de Jesus (30/10/1940 a 6/11/2013) era um libertário. Conheci-o como um colaborador de todas as lutas contra a perversidade carcerária. A vida dele foi - soube-o mais tarde – praticamente toda feita entre muros (52 dos 73 anos de vida). Mas na prisão a sua fama era de ser superior. De inspiração e fonte de confiança para todos os que estivessem em condições de reclamar justiça. O Ferreira era quem sabia organizar com mais clareza as palavras para explicar o que se estava a passar. E como isso é importante numa cadeia.
Sofreu de tudo quanto o regime prisional tem para oferecer: transferência como castigos informais, isolamentos, censura nas comunicações, negligências nos cuidados de saúde, ameaças de morte para que se calasse. Mas a maior tortura foi judicial, a que baralhou as papeladas como justificação para que a pena cumprida fosse maior do que a pena de condenação.
António Ferreira de Jesus ensinou muito do que aprendemos sobre as prisões. Minucioso na observação, contido e preciso na afirmação, ponderava o valor das palavras e assumia as suas posições como questões de honra. Sabia que tudo podia ser pretexto para um ataque ao que tinha de mais precioso. A dignidade era o seu alimento. E o companheirismo a sua imagem de marca.
Atraiu um grupo de jovens correligionários para amigos, com quem manteve uma fraterna amizade, de que fui testemunha. Grupo que lhe serviu de amparo à saída da prisão e lhe soube assegurar a liberdade profunda a que sempre aspirou. E que ele sempre exigia. Bem hajam.
Ficou claro para ele, e pagou com a vida essa certeza, o carácter desumano e ilegítimo de qualquer sistema prisional, seja sob regimes fascistas ou democráticos, seja quanto a presos de consciência ou presos sociais.
António Pedro Dores"
 
21
Out21

2º Encontro Nacional de Assembleias Populares em Coimbra nos dias 2 e 3 de Fevereiro de 2013


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A Europa e o mundo explodem em manifestações em resposta às políticas neo-liberais que são impostas pela Troika, pelos governos nacionais e pelas instituições internacionais que controlam a economia. Estas políticas arrastam uma parte cada vez maior da população para a miséria e a pobreza extrema. Os movimentos sociais e a população em geral mobilizam-se em Portugal e no Mundo, mantendo-se em estado de alerta, com o objectivo de substituir as políticas que impõem desemprego, cortes salariais, sobrecarga fiscal, asfixia económica, diminuição das pensões e prestações sociais, destruição da saúde, da educação, da cultura, etc.

Neste momento, mais do que nunca, é fundamental apostar na organização permanente das pessoas, não apenas para resistir, mas também para mudar a situação do país e da Europa, para construir alternativas e colocá-las em prática. Caso não haja organização na base, a energia das manifestações de rua perde-se no desencanto e na apatia. Só as populações organizadas podem decidir o seu destino. As assembleias populares podem ser uma dessas formas da população se organizar.

Nesse sentido, Coimbra vai acolher nos dias 2 e 3 de Fevereiro um Encontro Nacional de Assembleias. Este encontro vai contar com elementos de assembleias e colectivos assembleários de vários pontos do país. Presentes estarão também vários companheiros do estado espanhol que relatarão as suas experiências. Durante este Encontro irá gerar-se um debate abrangente sobre os problemas e desafios que as assembleias populares enfrentaram neste último ano de trabalho, sobre a sua importância na auto-organização das populações, sobre as suas iniciativas e projectos futuros, bem como sobre as possibilidades de articulação entre si.

PROGRAMA:
Sábado, 2.Fev
> 12h00 – recepção junto à Sé Velha
> 13h00 – almoço
> 14h00-20H00 – ENCONTRO (ateneu de coimbra)
> 20H30 – jantar
> 22h00 – conversa/debate “ocupações e espaços comunitários” (ateneu de coimbra)
 
Domingo, 3.Fev
> 10h00-13h00 – ENCONTRO (salão brazil)
> 13h30 – almoço
> 15h00-18h00 – oficina “media activism” (salão brazil)

inscrições e pedidos de informação: acampadacoimbrablog@gmail.com

Assembleia Popular de Coimbra
http://assembleiapopularcoimbra.blogspot.pt/

http://www.facebook.com/assembleia.popular.coimbra

20
Out21

Fotos da manifestação em Lisboa de solidariedade internacionalista de 26 de janeiro de 2013


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No sábado,26 de Janeiro,entre as 14h 30 e as 18h, foi levado a cabo em Lisboa, um protesto anti-autoritário contra o capitalismo, fascismo e repressão, de solidariedade com os compas na Grécia e em todo o mundo e pela defesa dos espaços libertados. Em particular, no seu comunicado, abordavam-se o ataque frontal do Estado grego contra o movimento anti-autoritário, a repressão política dos activistas contra o TAV (Itália) e da ZAD (Zona A Defender, contra o novo aeroporto dos arredores de Nantes), a repressão dos movimentos indígenas, as repressões violentas de manifestações massivas por toda a Europa (caso da greve geral 14N) e o ataque policial a estudantes do ensino básico com gás lacrimogéneo, dentro de uma escola em Braga (Portugal). Uma chamada à luta, sem fronteiras.

aqui: https://www.facebook.com/emilia.cerqueira/photos_stream

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Manifestação de solidariedade com os movimentos anti-autoritários gregos. Lisboa, 26 de janeiro de 2013


Solidariedade com @s compas greg@s e de todo o mundo!
26.Jan. SALDANHA 14H30 – LARGO DO CAMÕES 17H00

Durante os últimos meses, os ataques contra os movimentos anti-autoritários têm sido reforçados a nível mundial.
Desde os ataques às ocupações de terras e às acções de greve, ao despejo de espaços auto-geridos e de ocupações de empresas – todas as actividades que sejam susceptíveis de criar espaços libertados dentro deste sistema tendem a ser esmagados. Os nossos meios de contra-informação são censurados ou bloqueados. Quando saímos às ruas para expressar as nossas ideias, lá está a polícia à nossa espera…
As câmaras de vigilância seguem-nos a par e passo. @s noss@s companheir@s vêm-se pres@s.
Em muitos casos, torna-se cada vez mais evidente a ligação do estado aos grupos fascistas, que se tornaram uma ameaça mortal omnipresente para alguns/algumas de entre nós. Nas regiões do mundo onde o empobrecimento atinge directamente largas margens da sociedade, o Estado combate os movimentos anti-autoritários, que se formam para combater, na sua génese, a fome e a injustiça.
Por todo o mundo, e nas últimas semanas especialmente na Grécia, os espaços e centros libertários são atacados com o objectivo de destruir a ideia de auto-gestão e defender o sistema que prevalece. Nos ataques mais recentes, o objectivo parece ser a destruição do movimento anti-autoritário, o desmantelamento dos lugares onde a resistência contra os poderosos e as alternativas são semeadas e produzem frutos.
Torna-se necessário conectar as nossas lutas globalmente. Embora seja o ataque frontal do Estado grego contra o movimento anti-autoritário o que está na origem deste apelo, são inumeráveis os exemplos no mundo inteiro que mostram os ataques sistemáticos sobre os movimentos de resistência a este sistema que nos oprime e atira para a miséria – desde a repressão política dos activistas contra o TAV (Itália) e da ZAD (Zona A Defender, contra o novo aeroporto dos arredores de Nantes) à repressão dos movimentos indígenas, das repressões violentas de manifestações populares por toda a Europa (como na greve geral 14N) até ao ataque de estudantes do básico com gás lacrimogéneo em Braga.
O aparelho estatal e policial opera e coopera de maneira transnacional e tem como objectivo a defesa dos interesses dos poderosos, na lógica da destruição das estruturas solidárias e da “pacificação” à força da sociedade, com todos os meios à sua disposição.
É preciso responder a estes ataques concertados. Apelamos a uma campanha de solidariedade e de resistência activa no mundo inteiro como resposta aos ataques contra o movimento anti-autoritário em Atenas e todos os outros movimentos reprimidos. Concretamente, isto significa: Pensar em acções para fazer nos seus locais, doações, organizar o apoio material e ser criativ@.
Mas este apelo não se limita a algumas acções dispersas, mas pretende ser uma chamada para “despertar” o movimento anti-autoritário. Acabe-se com a passividade e com os combates defensivos!
Temos de nos bater dia após dia e independentemente das expulsões e detenções. Não esperemos que outros ataques contra o nosso movimento sejam realizados – é necessário agir já. Só quando conseguirmos interromper a lógica da luta defensiva seremos realmente capazes de nos opor a este sistema. Cada ataque da reacção é um ataque contra tod@s nós! Não há fronteiras nos nossos corações! Não podemos permanecer inactiv@s, perante a destruição de todas as nossas estruturas e a continuação da realização dos seus planos.
Por cada projecto atacado, deve ser encontrada uma resposta apropriada. Por cada expulsão, devem ser feitas duas reocupações. Por cada companheir@ pres@, o combate social deve ser reforçado. Mostremos que um ataque tem consequências. É importante informar-se a uns e a outros sobre os projectos, a fim de se reagir em força.

Rebeldes e selvagens, nós damos-lhes a crise!

A solidariedade é a nossa maior arma!

Guerra à guerra dos poderosos!

 

protesto 26frv (1)