PAULO JOSÉ DIAS (1904 - 1943), assassinado pelo fascismo no Tarrafal
Natural de Lisboa, nasceu a 24 de Janeiro de 1904, filho de José Paulo Dias e de Maria Picôto Dias. Fogueiro marítimo, libertário, foi preso em 7 de julho de 1939, "para averiguações" - segundo informação do Registo Geral de Presos da PVDE. Quinze dias depois, foi transferido para o Reduto Norte da Cadeia de Caxias.
Em despacho do Director da PVDE (capitão Agostinho Lourenço), de 29 de Fevereiro de 1940, foi determinado que se mantivesse em prisão preventiva, devendo ser transferido para Cabo Verde até se esclarecer a situação internacional [ este curioso despacho precede o envio de Paulo Dias para a 1.ª Esquadra, em 4 de Junho de 1940 e, de novo, para o Reduto Norte de Caxias em 7 de Junho de 1940.
Em 21 de junho de 1940, embarcou com destino ao Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde faleceu, com 39 anos de idade, a 13 de janeiro de 1943. (1)
(1) «Manuel Francisco Rodrigues, um dos tarrafalistas que sobreviveu à " aldeia da morte", assistiu à morte de Paulo Dias, que
morreu de tuberculose galopante, após 4 meses de cama. Escreveu no seu livro: " Dizia-me ele, três dias antes de morrer: -- A hora da justiça vai chegar e eu, que estou aqui injustamente, sem culpas , sem processo e sem julgamento, voltarei em breve abraçar os meus fllhos, sim, os meus filhos, pobrezinhos!...» À cabeceira da cama tinha uma moldura com as fotografias dos filhos e da esposa. Eram tão bonitos, os filhos!... Mas já não os verá mais. Já morreu!...»
In "Tarrafal, Aldeia da Morte" de Manuel Francisco Rodrigues, pág. 107.
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